terça-feira, 2 de janeiro de 2024

LEITURA INGÉNUA DA BIBLIA


 Há muitas maneiras de ler, ou seja, de interpretar e compreender a Bíblia. A mais comum, sem dúvida, é a leitura ingénua, que toma as coisas como se apresentam, sem espírito crítico.


O leitor ingénuo cai facilmente em dois erros fundamentais. O primeiro é o de não perceber até que ponto a sua própria realidade e as suas ideias influem na leitura. Por exemplo, esse leitor não critica a sua ideia sobre Deus e sobre o homem, a sua maneira de ver a vida e a sociedade, os seus problemas e o modo de os resolver. Resultado: acaba por procurar e « encontrar na Bíblia» uma justificação para o seu modo de ver e de viver.


A Bíblia perde toda a sua força transformadora, tornando-se apenas um espelho para a autocontemplação.

O segundo erro é o de imaginar que Deus escreveu a Bíblia pelo próprio punho, e depois a mandou para a terra de modo misterioso; alguns pensam que Deus ditou a Bíblia letra a letra e os homens em nada colaboraram, ou quando muito, foram apenas instrumentos passivos. 

Resultado: o leitor ingénuo  toma tudo à letra, como se tudo fosse um conjunto de revelações absolutas, inclusive os acentos e as vírgulas.

Jamais se perguntará pelo significado das imagens literárias e dos diversos modos de expressão, comuns ao povo que vivia 20 ou 30 séculos atrás, mas que agora já não são os nossos.

A leitura ingénua da Bíblia leva a um emaranhado de interpretações erradas, exageradas, confusas, misturadas de magia e distantes da nossa realidade concreta.

 É uma leitura que vai sempre sofrer a crítica dos fiéis de outras religiões, e principalmente dos que resistem à religião por acharem que as pessoas de fé são muito infantis.

" CONHECER A BÍBLIA" de Ivo Storniolo e Euclides Balancin

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