O PROGRAMA DE JESUS

Lc.4,16-18 - Segundo o seu costume, Jesus entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-Se para ler. Entregaram -Lhe o Livro do Profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou-Se com a passagem em que está escrito:

O Espírito do Senhor está sobre mim, 

porque Me ungiu

para anunciar a Boa Nova aos pobres

enviou-Me 

a proclamar a libertação aos cativos

e, aos cegos a recuperação da vista;

a mandar em liberdade os oprimidos (...)

Depois enrolou o Livro, entregou-o ao responsável e sentou-Se.
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O programa de Jesus tem 5 pontos; quase todos eles falam de escravidão/ libertação.

Jesus apresenta- Se como o Profeta de um novo Êxodo, como um libertador a completar a libertação do novo povo de Deus, ou seja, toda a humanidade.

Acabou o tempo da espera da salvação! A salvação de Deus já chegou, já está em acção no mundo através de Jesus Cristo e de cada um de nós.

O PERDÃO

Mt.18,21-22- Então Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: « Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?». Jesus respondeu: « Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete».

NÃO TE DIGO SETE VEZES, MAS SETENTA VEZES SETE : portanto perdoar sempre!

Quem perdoa, conforme também diz o Salmo 50, tem de novo a alegria da festa e faz cantar a vida que foi humilhada.

Quem perdoa LIBERTA-SE. Fica com a melhor parte.

Deixa sempre uma porta aberta para a reconciliação!

Dá sempre oportunidade para o perdão!

Abate os muros que se levantam para que o perdão possa sempre passar!

Perdoa pelo amor, perdoa pelo gosto de perdoar!

Aceita com alegria este dom do perdão ao outro!

GAUDIUM ET SPES

Mt.6,28-30- Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não  trabalham nem fiam! Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. Ora se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?

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O fim fundamental da produção de bens não é só a multiplicação dos produtos, nem o lucro ou o poder, mas o serviço do homem todo, com as suas necessidades materiais e as exigências da sua vida intelectual , moral, espiritual e religiosa.

Os bens deste mundo, por princípio, pertencem a todos, porque a terra é de todos.

Por isso ninguém deve acumular riqueza de forma egoísta esquecendo os que vivem em necessidade.

Quando isto acontece nascem a avareza, o materialismo sufocante, a opressão do pobre.

« T E R »

Is.5,8- Ai de vós os que ajuntais casas e mais casas, e que acrescentais campos e mais campos, até que não haja mais terreno, e até que fiqueis os únicos proprietários de todo o país!

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Não se olha a meios para conseguir os fins. Nem que se tenha de explorar e escravizar, em proveito próprio.

Isto conduz a que a distribuição dos bens se faça de maneira desequilibrada: Uns com muito e muitos sem quase nada.

Esta forma de vida é contrária ao bem e à felicidade do próprio homem, porque facilmente  torna os homens escravos da "posse" e do gozo imediato.

Não há, nesta forma de vida, outro horizonte que não seja produzir mais para ter mais.

Quanto mais se tem mais se deseja e maior vai sendo o desequilíbrio entre os que têm e os que não têm.

REPOUSO E ACÇÃO

Na Natureza, tudo parece descansar durante o Inverno para depois despertar em luz, cores e frutos, na Primavera.

A própria noite é favorável ao repouso para que o nosso dia seja mais proveitoso e  mais rico, em energia e doação.

Até o bebé, no ventre de sua mãe, aguarda em descanso o momento de sair para a luz e ter a sua própria existência.

A vida é, toda ela, feita destes tempos de repouso e de acção.

Se estes tempos fossem respeitados haveria bens para todos. Mas vivemos numa sociedade de consumo. E nesta forma de viver para ter mais, o Homem prefere SER menos, acabando por se deixar escravizar pelo sistema que criou.

A cobiça, no Homem, é oposta ao AMOR.

O Homem que vive da cobiça ama só as coisas que quer possuir, em vez de investir no amor aos outros.

O desejo excessivo de acumular bens não lhe dá tempo para o descanso, nem de si próprio, nem dos animais, nem da terra,nem dos que mais trabalham.

Mais que SER, o importante é TER?!