... Nenhuma pessoa, nenhuma comunidade palpitante de vida, vive exclusivamente de « heranças» . Tudo nelas, irrompe da interioridade, como os versos do poeta, como o abastecimento das entranhas da terra : a liturgia, a oração, as normas que regem a vida; caso contrário, seria simplesmente um movimento de inércia, mas não vida verdadeira.
Contrasta com estas exigências da fé, a realidade dos nossos crentes e das nossas comunidades.
De um modo geral, tem que se afirmar, são pura passividade, estão como que intumecidas e os movimentos que fazem se assemelham aos do robot. As mesmas orações de sempre, os mesmos ritos de sempre, a mesma monotonia de sempre, baseando-se na razão última de que « sempre se fez assim» ...
... Na ordem profana é diferente. O povo cria o seu folclore, as suas canções, as suas festas populares. Há maior participação; nas suas « liturgias» não há nenhum sacerdote monopolizador, cada um traz a sua canção, a sua encenação engraçada, uma simulação, uma representação cómica. A FESTA É DE TODOS. Todos entoam alegremente o hino do grupo, da nação, do clube. Há vibração e vida!
Ao passo que nos nossos templos, em muitos dos nossos templos, continua a reinar a frieza. As nossas celebrações religiosas acabam por ser tão inúteis como as aulas a que os alunos assistem para o professor ver, mas das quais, estão completamente ausentes.
Atilano Alais - CRISTÃOS ADULTOS
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