" Amai-vos uns aos outros!"

"...respondeu Jesus: O amor que não se derrama transforma-se em pedra. Estive entre vós como um irmão entre irmãos: não morei nos picos inacessíveis onde as águias fazem os ninhos, mas comemos na mesa comum e dormimos juntos sob as estrelas, buscando juntos o propósito oculto das coisas. Fomos um lar itinerante, sem morada fixa. Quando vos  lembrardes de Mim, pensai numa só coisa : que Eu vos amei, e que, do mesmo modo, também vós vos deveis amar uns aos outros."( Ignacio Larrañaga)

VIRÁ UM CONSOLADOR

" Passei entre vós- continuou Jesus- veloz como uma estrela, semeando copiosas palavras. Ora, se as minhas palavras se perderem nos poços do esquecimento ou se as encontrardes envoltas em névoa, não vos preocupeis; meu Pai vai enviar-vos em Consolador que, ao mesmo tempo será um Esclarecedor, que vos ajudará  a recordar tudo, e dissipará as brumas dos vossos horizontes para que tudo o que vos disse e fiz apareça transparente aos vossos olhos." ( De O Pobre de Nazaré , de Ignacio de Larrañaga)

BEM AVENTURADOS...

BEM AVENTURADOS os que são transparentes como as crianças porque terão visões mágicas. Verão como num amanhecer Deus chega perto duma árvore, a toca com o dedo e ela rebenta numa explosão de chamas cor de rosa. Verão Deus acender as estrelas todas as noites e, todas as manhãs, a fogueira do sol. Verão Deus sorrir nas flores, dançar com as ondas, vestir as margaridas do campo, dar comida aos pardais, velar o sono das crianças, derramar azeite nas feridas. Verão como se abraçam a chama e a neve, o mar e o vento, o crepúsculo e a aurora. Verão como Deus tira os rios das nascentes, rega as montanhas, distribui a comida ao gado, aos animais do bosque e os peixes do mar, cada um na sua hora... BEM AVENTURADOS os que são puros como uma criança, porque caminharão de prodígio em prodígio e verão Deus em cada esquina.

( O Pobre de Nazaré de Ignacio Larrañaga)

JESUS ,PASTOR

Nascido ente pastores e destinado a ser Pastor de homens, contemplou e amou as ovelhas: as ovelhas mães que procuram o cordeiro perdido, os cordeiros que perseguem as mães com balidos trémulos ou quase se escondem, mamando,sob o felpudo ventre materno; as ovelhas que pastavam nas encostas magras e adustas das suas colinas. Amou com amor igual o grão que mal se distingue sobre a palma da mão e a velha figueira que cobre com a sua sombra toda a casa do pobre ; as aves do Céu que não semeiam nem ceifam e os peixes que enchem de prata as malhas das redes e hão-de matar a fome aos seus fiéis. E, elevando os olhos , nas tardes abafadiças que pronunciam tempestade, viu o relâmpago que fustiga o Céu negro de oriente  a ocidente.(De HISTÓRIA DE CRISTO de Giovanni Papini)

O carpinteiro Jesus

O carpinteiro Jesus, enquanto as aparas claras e leves se encaracolavam sob o fio da plaina e a serradura caía como chuva ao ritmo áspero da lima, deve ter pensado nas promessas de Seu Pai, nas previsões dos Profetas, no trabalho que O esperava, não de tábuas e réguas , mas de espírito e verdade.

O ofício ensinou-Lhe que viver significa transformar as coisas mortas e inúteis em coisas vivas e úteis; que a matéria mais vil, batida e reformada, pode tornar-se preciosa, amiga , prestável aos homens; que enfim para redimir é preciso transformar e, da mesma forma que , de um cepo de oliveira, tosco e  terroso, se extrai o leito do filho e o da esposa, assim do sórdido argentário e da meretriz abjecta se podem fazer dois cidadãos do Reino dos Céus.( De: História de Cristo- Giovanni Papini)

AS PALAVRAS DE JESUS

Jesus aprendeu no campo a sua linguagem. Quase nunca empregava palavras doutas, conceitos abstractos, termos incolores ou gerais. Os seus discursos hão-de ser floridos pelas cores, impregnados pelos odores dos campos e dos hortos, animados pelas figuras dos animais domésticos. Viu na sua Galileia, o figo que enche e amadurece sob as grandes folhas negras; viu os secos sarmentos das videiras cobrirem-se de pâmpanos verdes e de cachos louros ou roxos para alegria dos vindimadores;viu a mostardeira, nascida da invisível semente, erguer os ramos delicados; ouviu de noite o murmúrio lamentoso dos canaviais açoitados pelo vento ao longo da valas; viu sepultar na terra o grão que ressuscita feito espiga madura; viu os belos lírios vermelhos, amarelos, roxos, surgirem, aos primeiros bafos de ar tépido, por entre o verde tímido do trigo; viu os campos de erva fresca que hoje viceja e amanhã, já  seca, vai arder no fogo. Viu os animais domésticos e os bravios : a pomba que arrulha de amor no telhado, vaidosa do seu lustroso colo; as águias que se precipitam sobre a presa com as largas asas abertas; os pássaros do Céu...a galinha amorosa que abriga os pintainhos sob as asas, mal o Céu escurece e troveja...( De " HISTÓRIA DE CRISTO" de Giovanni Papini)

«NÃO ESTÁ AQUI; RESSUSCITOU!»

LC.241-6

No primeiro dia da semana, ao romper da alva, as mulheres foram ao sepulcro, levando os perfumes que haviam preparado. Encontraram removida a pedra da porta do túmulo e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Estando elas perplexas com o caso, apareceram-lhes dois homens em trajes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, eles disseram-lhes:« PORQUE BUSCAIS O VIVENTE ENTRE OS MORTOS? NÃO ESTÁ AQUI; RESSUSCITOU!».