quinta-feira, 19 de setembro de 2024

SACERDOTES


 A FORMAÇÃO DE UM SACERDOTE, segundo escreve Eugen Drewerman :


Para a formação de um sacerdote da Igreja Católica deveria ser essencial imprimir na alma de alguém, enquanto ela se mantivesse suficientemente maleável e recetiva , 

o sentido da grandeza e da beleza do mundo, e de tal modo que a base natural do seu pensamento e da sua sensibilidade pudesse chegar a ser :

um profundo respeito pela vida,

um inteiro conhecimento da sua diversidade e da sua ordem sagrada
e uma sensibilidade poética para o sentido e o simbolismo de todas as coisas.

...  diríamos que o esforço da Igreja se deveria fazer, não no sentido de formar sacerdotes, mas no de promover nos jovens candidatos, o mais intensamente possível, o elemento sacerdotal.

... a Igreja Católica deveria permitir-se viver, partindo da pessoa humana e em vista à pessoa humana, em vez de constantemente empurrar gente para os antros das suas instituições, esperando depois que o resto do mundo se regule pelas suas ideias ...

...A Teologia da Igreja Católica presume-se bem aconselhada quando ... continua a defender a sua hipótese dogmática de Jesus  ter pessoalmente instituído no cenáculo o sacramento da ordem.
Há contra isso razões de peso -

Jesus nunca se apresentou como" sacerdote" e nunca pensou, rompendo com o povo da Aliança, fundar Ele uma Igreja própria com os seus próprios sacerdotes, os quais, modificando a Páscoa judaica, houvessem de celebrar a sua morte sem derramamento de sangue, comendo a sua carne e beber o seu sangue num banquete divino...

... A figura e a função do sacerdote na Igreja Católica não tem fundamento na História...

... A maneira mais acertada de venerar a Deus consistirá numa " poetização" da existência humana,

 uma poetização que faça parecer os sonhos mais reais do que os pensamentos,
 as instituições mais importantes que as reflexões,
 e a linguagem dos anelos mais forte do que a dos factos concretos...

... a natureza terá de ser reconquistada como um lugar autóctone da experiência do divino.
 Haverá que superar a dor do homem separado da natureza, o que se conseguirá pela

reconciliação com a beleza do mundo que na riqueza das suas cifras e símbolos surge
COMO UMA PONTE QUE LIGA AO INFINITO...

  Em Funcionários de Deus, de Eugen Drewerman

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